terça-feira, 27 de abril de 2010

Casa própria: FGTS para consórcio ainda não deslanchou

Apesar de o governo ter autorizado há mais de um mês a utilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para amortização, liquidação e pagamento de parcelas do consórcio da casa própria, na prática, ter acesso a esse benefício pode ser um pouco mais complicado. Como precisam fazer ajustes para participar da nova modalidade, as administradoras ainda têm dificuldades em oferecer o serviço aos consorciados.

A medida que amplia o uso do Fundo no consórcio – até então, era possível utilizá-lo para complementar a carta de crédito e para a composição do lance – começou a vigorar no dia 18 de março e não existe um prazo máximo para que as administradoras comecem a oferecer o serviço. Mas, para estarem habilitadas a receber o dinheiro do Fundo para amortizar, liquidar e pagar prestações, precisam, antes, fazer um cadastro com a Caixa Econômica Federal.
Isso quer dizer que o consorciado pode não conseguir fazer uso do benefício imediatamente. Foi o que aconteceu com o gerente de desenvolvimento de sistemas Ricardo Pulrolnik, 38 anos, de Porto Alegre. Empolgado com a notícia de que poderia usar o FGTS para quitar o consórcio, correu até uma agência da Caixa para saber o que deveria fazer. Foi orientado a buscar a administradora. Ele procurou a Racon Consórcios, mas até agora não conseguiu concretizar os planos de usar o saldo do fundo.

– Me falaram que a responsabilidade da papelada era deles – conta Pulrolnik, que mora no imóvel comprado com a carta de crédito do consórcio.

Se o consorciado reclama da falta de solução, as administradoras alegam que se ajustar à nova demanda requer tempo. O gerente da Randon Consórcios – administradora da marca Racon –, Augusto Letti, pondera:

– É uma coisa nova e complexa.

A empresa afirma que foi procurada pelo cliente no dia 19 de março, um dia após a medida entrar em vigor, e que repassou as orientações recebidas. Enquanto analisa a melhor maneira de sistematizar a novidade, está fazendo uma relação de todos os clientes que têm interesse em usar o fundo.

O presidente da regional Sul 1 da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac), Elton Tedesco, acredita que o sistema deve começar a fluir com mais rapidez:

– É apenas uma questão de tempo para a operacionalização.

Segundo a assessoria da Caixa, o processo de habilitação leva, em média, de duas a três semanas e o papel de orientação sobre como funciona é da Abac. Há 539 mil consórciados ativos de imóveis no país, mas, segundo a Abac, não é possível determinar o número de atingidos com a novidade.

Fonte: Zero Hora

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
Google Analytics Alternative